Cumpriu-se a tradição. O governo foi a Belém apresentar cumprimentos de Boas Festas. Na cerimónia falou-se da cooperação entre os dois órgãos de soberania, mas o tom afectuoso do Presidente da República não parece ter sido suficiente para quebrar o gelo.
Do lado do governo, poucos sorrisos e gestos contidos, as palavras também foram poucas com o Primeiro-Ministro a usar apenas um minuto e meio para realçar o clima de "grande e muito profícua cooperação" entre Belém e São Bento, que é "um ponto de tranquilidade e de confiança" dos portugueses nas suas instituições.
Mais caloroso, e sem se poupar a elogios, Cavaco Silva a “reafirmar com todo o gosto” ao Governo que este “pode contar com a colaboração activa do Presidente da República.
O Presidente defendeu o Governo, ao sublinhar que os portugueses não devem pedir, nem esperar, mais do que é possível de uma governação feita por homens.
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| Foto oficial da Presidência da República |
Numa intervenção de seis minutos, Cavaco Silva lembrou que o Executivo está a exercer funções num contexto muito difícil e de grande escrutínio – “não sei que Governo terá sido mais escrutinado do que este” – para sublinhar a seguir ser “bom que os portugueses estejam conscientes de que os membros do Governo são pessoas e não super-homens”, a que não se podem pedir “milagres”.
Palavras ouvidas pela maioria dos membros do governo de rosto fechado. Só mesmo Vitor Gaspar apresentava uma expressão mais desanuviada.
No final, rápidos apertos de mão já com Paulo Portas e Aguiar Branco a juntarem-se ao Ministro das Finanças. Ouvir reportagem
Seguiu-se depois a habitual reunião das quintas - feiras. O encontro entre Passos Coelho e o Presidente da República durou quase duas horas.
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