O Governo retirou o parágrafo da negociação colectiva - que a Troika não queria - que tinha sido acordado na Concertação.
Proença obrigou a que fosse reintroduzido, senão, não assinava.
À pergunta se o Governo foi leal... não consegue dizer que foi. Prefere dizer que foi um parceiro difícil.
Duvida que o Ministro Álvaro Santos Pereira, alguma vez quisesse o acordo.
Revela que altos dirigentes da CGTP o incentivaram a negociar o acordo, uma vez que a CGTP não o podia fazer: dirigentes da comissão executiva da CGTP não socialistas (portanto comunistas e bloquistas)
Proença diz ter a certeza de que o Governo negociou com a UE as alterações ao memo da Troika que este acordo encerra.
Diz ter a garantia - convictamente - que a meia hora era mesmo para avançar, mesmo que isso custasse o acordo. Contrariando a ideia da armadilha de Carvalho da Silva.
Garante não ter tido pressões do PS para assinar, nem de Cavaco, apesar do papel fundamental que o PR teve para haver acordo. E também de Silva Peneda, o presidente do CES.
Terá tantas saudades de Carvalho da Silva como as que o ainda líder da CGTP terá dele. Porque Proença deixa de ser lider da UGT no próximo ano. São amigos, diz. Mas o relacionamento entre as duas centrais depende mais dos sindicatos do que das pessoas.
Diz que a nova liderança da CGTP - dentro de 15 dias - vai ser mais ortodoxa (mais dependente do PCP, coisa que como pessoas Carvalho da Silva não era), mas acha que se vai dar bem com Arménio Carlos, ainda assim.
Este acordo não rompe a 'unidade na acção'. Já dia 2 de Fevereiro vai haver greve conjunta dos transportes e Proença vai lá estar.
Confessa que pessoalmente seria mais cómodo não ter assinado, mas era o movimento sindical, como um todo, que estava em causa se não houvesse acordo.
A entrevista de João Proença para ouvir aqui.
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