segunda-feira, 9 de maio de 2011

Contra os "pés-de-microfone"

As "conferências de imprensa sem perguntas" tornaram-se tão habituais no jornalismo político que até o protesto, que inicialmente antecedia a declaração, se perdeu, na maioria das vezes. Há ainda quem ensaie uma pergunta mas, antes de conseguir terminá-la, já o protagonista abandonou o palco.

Agora, é o Sindicato dos Jornalistas que pede aos jornalistas que abandonem os locais onde não possam fazer perguntas. O SJ emitiu, na última sexta-feira, um comunicado (que pode ser lido aqui), apelando ao boicote "a conferências de imprensa sem direito a perguntas".

Dias antes, já corria em Espanha uma iniciativa do género. No Twitter a hashtag #SINPREGUNTASNOCOBERTURA começou por servir de protesto e denúncia de casos. Seguiu-se o lançamento de um Manifesto da Federación de Asociaciones de Periodistas de España   Contra las ruedas de prensa sin preguntas y otras anomalías informativas, subscrito já por mais de 5 mil pessoas.

1 comentário:

  1. Parece-me uma ideia interessante. Essa ideia de continuarem a dar cobertura a pessoas que não querem ser interrogadas sempre me fez confusão.

    Já agora, era bom que também se fizesse um melhor jornalismo de investigação, mais crítico, sério e com perguntas mais interessantes. Ou para não ser injusto, que não se procurassem só recolher comentários idiotas para se "queimarem" líderes políticos. As "modernas" opiniões/reacções que se tentam obter quando as declarações têm pouco mais de uns minutos/horas. Ninguém ganha muito com isso. Não é informação nem entretenimento.

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